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GT15 – Informáticas e sociedades

Resumo: Os computadores eletrônicos, máquinas intimamente relacionadas ao campo da informática, sempre estiveram associados a promessas de grandes transformações sociotécnicas, desde seus avatares dos anos 1940 – associados às promessas de cálculo automatizado na forma de “cérebros eletrônicos” -, às suas versões contemporâneas – na forma de smartphones e outras Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) similares, cada vez mais integradas aos processos de subjetivação humana e das próprias máquinas. Essas promessas, não raro, contém vieses que oscilam entre, de um lado, um otimismo exacerbado com as capacidades emancipatórias dessas máquinas e, de outro, uma aversão diante dos riscos que elas representam. Determinados debates públicos contemporâneos sobre os efeitos das redes sociais e sobre as chamadas inteligências artificiais – tecnologias associadas aos computadores e à informática – são exemplares dessa dicotomia e tratamento essencialista, que acaba não permitindo entrever esses artefatos em seu caráter sociotécnico, isto é, como resultantes de redes heterogêneas formadas por humanos e não humanos, que constituem mutuamente – e de maneira indissociável – informáticas e sociedades. Essa proposta de grupo de trabalho pretende exatamente abrir um espaço de reflexões e trocas que permitam articular um olhar sociotécnico para a informática e sobre a construção de informáticas-sociedades outras, sendo bem vindas pesquisas consolidadas ou em andamento, sobre experiências contemporâneas ou passadas, em temas relacionados (mas não restritos): (a) ao ciberespaço e suas novas sociabilidades; (b) à educação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs); (c) às relações de gênero e etnicorraciais e TICs; (d) às histórias da informática; (e) aos olhares sociotécnicos sobre o software; (f) às políticas de interesse público relacionadas às TICs; (g) às economias e moedas solidárias digitais; (h) aos bens comuns digitais

Coordenadores: Alberto Jorge Silva de Lima (CEFET/RJ), Henrique Luiz Cukierman (Programa de Eng. de Sistemas e Computação-COPPE-UFRJ), Elaine Ribeiro Sigette (UFF), André Vinicius Leal Sobral (University of Virginia)

17/09/2025 – Sessão 01

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 215 (2o andar)

Revisitando o artigo “Um olhar sociotécnico sobre a Engenharia de Software” – Henrique Luiz Cukierman (Programa de Eng. de Sistemas e Computação-COPPE-UFRJ), Pedro Henrique da Costa Braga (UNIAN-RJ), Alberto Jorge Silva de Lima (CEFET/RJ), Luiz Arthur Silva de Faria (PESC/COPPE/UFRJ), André Vinicius Leal Sobral (University of Virginia), Marcelo Fornazin (Fundação Oswaldo Cruz)

Em 2005 a linha de pesquisa em Informática e Sociedade do PESC/COPPE/UFRJ realizou o 1º WOSES-Workshop um Olhar Sociotécnico sobre a Engenharia de Software. Para a edição de 2006, preparamos um artigo-manifesto-programa de ação intitulado “Um olhar sociotécnico sobre a Engenharia de Software”, cujo objetivo era estabelecer o que entendíamos como sendo esse olhar sociotécnico, à luz do que imaginávamos ser, além de um guia para futuras submissões ao WOSES, uma contribuição dedicada à comunidade brasileira de desenvolvimento de software. Publicado em 2007 na Revista de Informática Teórica e Aplicada, o artigo vem desde então sendo lido e citado, tornando-se uma referência na área. Propomos revisitá-lo para verificar o que nele ainda se mantém, o que precisa ser atualizado e o que eventualmente revela-se ultrapassado. Algumas das questões para essa revisitação são: a caracterização do que o olhar sociotécnico privilegia – o local/situado, a complexidade, os conhecimentos tácitos, os transbordamentos aos modelos – ainda se sustenta? As metáforas utilizadas no artigo para a imbricação entre o “técnico” e o “social” seguem expressando-a com clareza? O artigo continua a iluminar o estado da arte da engenharia de software, especialmente à luz da entrada em cena da IA generativa e do aumento da importância das metodologias ágeis? A compreensão do “social”, conforme expressa no artigo, dá conta do desenvolvimento de software comprometido com as emergências contemporâneas dos movimentos sociais e das lutas identitárias? O programa de ação manifesto no artigo continua válido?


Regulação, digitalização e sociedade: seguindo as controvérsias do projeto de lei das moedas sociais no Brasil – Paula Duarte (FGV), Joana Yglesias e Silva (UFRJ), Luiz Arthur Silva de Faria (PESC/COPPE/UFRJ)

O Brasil conta com mais de 150 iniciativas de moedas sociais, que desempenham papel fundamental no fomento ao desenvolvimento econômico local. Em 2023, foi apresentado no Congresso Nacional um projeto de lei para regulamentar as moedas sociais, com três propostas de mudanças significativas: (1) uso de tecnologias digitais de registro distribuído; (2) prazo de dois anos para adaptação à nova legislação, sob pena de proibição de circulação; e (3) exigência de que a emissão de moedas sociais seja autorizada e regulamentada pelo Banco Central. Com base em entrevistas, documentos oficiais e acompanhamento de debates sobre o projeto, a pesquisa em andamento analisa as controvérsias atuais, bem como os potenciais benefícios e riscos do projeto de lei em relação às políticas futuras de transferência de renda e renda básica implementadas com moedas sociais digitais. Quanto aos benefícios, tem-se a maior transparência e rastreabilidade dos repasses (decorrentes da digitalização prevista no projeto). Já os riscos envolvem comprometer a flexibilidade e o caráter comunitário destas moedas, pois a proposta original impõe transações exclusivamente digitais e prazos rígidos de adequação, o que pode impactar negativamente comunidades e organizações com poucos recursos, onde por vezes falta a infraestrutura necessária para a digitalização. A investigação conclui destacando a importância de preservar os princípios fundamentais das moedas sociais, por meio do diálogo com os atores envolvidos na construção de marcos regulatórios que articulem moedas sociais, tecnologia e políticas públicas.


Radicalização nos canais de extrema direita do Telegram: Desastres climáticos e narrativas conspiratórias – André Vinicius Leal Sobral (University of Virginia)

Este estudo é uma etnografia digital sobre discurso conspiratório em torno de desastres climáticos em canais de extrema direita do Telegram norte-americano. Foram monitoradas mensagens de 108 canais extremistas, ativos diariamente e com um alcance combinado superior a 7 milhões de usuários, durante os furacões Helene e Milton (2024) e os incêndios florestais em Los Angeles (2025). A pesquisa busca responder à seguinte pergunta: que padrões emergem nas representações de desastres em canais extremistas do Telegram? A partir da combinação de observação, raspagem de dados e análise quantitativa da frequência e alcance das mensagens, identificamos tópicos centrais e dinâmicas de interação entre usuários e administradores. Os resultados indicam que as narrativas conspiratórias apelam fortemente às emoções e reconfiguram os enquadramentos cognitivos dos eventos. Observamos um padrão recorrente de deslegitimação de equipes de emergência, profissionais de resgate e instituições governamentais. As teorias conspiratórias frequentemente se apoiam em relatos pessoais e rumores como estratégias de reforço narrativo, personalizando as tragédias por meio de histórias individuais. Desastres são frequentemente retratados como eventos provocados artificialmente, alimentando sentimentos de vulnerabilidade e medo, especialmente em torno de projetos científicos como o HAARP. Essas narrativas produzem epistemologias e ontologias alternativas que fomentam a desconfiança e operam como instrumentos de mobilização em um cenário apresentado como um conflito existencial.


Ansiedade cibernética à brasileira: nas tramas de computadores e direitos humanos nos anos 1970 – Alberto Jorge Silva de Lima (CEFET/RJ)

Neste trabalho, resgato a ideia de “ansiedade cibernética” – proposição já clássica nos Estudos CTS e na crítica literária, associada aos temores advindos das propostas cibernéticas de dissolução de fronteiras entre humanos e máquinas e desconstrução do sujeito liberal – como um conceito potencial para o estudo de caso que envolveu a solicitação de exportação de computadores de empresas multinacionais dos EUA por órgãos policiais e de segurança pública brasileiros nos anos 1970. Pretendo traduzir – no sentido latouriano – a ideia de ansiedade cibernética, considerando as especificidades brasileiras, sobretudo o quanto preocupações com direitos humanos podem ter interferido na aquisição dessas máquinas, considerando o contexto da ditadura civil-militar (1964-1985) e a vigência, na época, da reserva de mercado de informática. Como porta de entrada, será analisada a correspondência telegráfica entre órgãos de representação diplomática dos EUA no Brasil em torno das questões de informática, disponíveis na Public Library of US Diplomacy (PlusD), da WikiLeaks. Além da apresentação de pesquisa em andamento que visa compreender as questões de direitos humanos associadas à informática naquele período, este trabalho tem como objetivo contribuir também com a reflexão sobre questões de vigilância estatal e de privacidade, relevantes em tempos de sociabilidades cada vez mais mediadas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).


18/09/2025 – Sessão 02

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 215 (2o andar)

Políticas Públicas Brasileiras com Foco na Inclusão Digital – Andreia de Jesus (UFPR), Marília Abrahão Amaral (UTFPR)

Este trabalho apresenta considerações sobre políticas públicas de Inclusão Digital que integram a fundamentação teórica de uma pesquisa de doutorado. O objetivo é analisar a Inclusão Digital no contexto brasileiro sob a perspectiva do pensamento Latino-americano em Ciência, Tecnologia e Sociedade, tendo em vista a reflexão da Ciência/Tecnologia como uma competência das políticas públicas. Para alcançar esse objetivo foi aplicada uma Revisão Narrativa de Literatura a partir de 17 artigos científicos e legislações que tratam de políticas de Inclusão Digital. Foram identificadas 2 questões: o conceito de Inclusão Digital praticado pelo Governo Federal brasileiro, historicamente, relaciona-se mais com a aquisição de equipamentos, infraestrutura e acesso a Internet e menos com formação, produção de conhecimento e uso consciente de tecnologias digitais; as políticas públicas brasileiras precisam atentar-se mais a questões de Inclusão Digital no que tange a prática da Cultura Digital e suas consequências para além do mundo virtual. Como considerações tem-se: 1) é preciso subsidiar recursos para que o acesso às tecnologias digitais seja igualitário nos diferentes níveis econômicos/sociais da população brasileira; 2) é necessário definir diretrizes de usos das tecnologias digitais para salvaguardar direitos e o bem-estar do(a) cidadão/cidadã; 3) um canal de diálogo/práticas de processos de Inclusão Digital é a parceria entre Governos e Instituições de Ensino Superior Públicas, a partir de ações de extensão universitária, objeto de estudo da pesquisa de doutorado aqui mencionada.


Princípios para o estudo sociotécnico do acesso ao ensino superior público no Brasil – Jonas Honorato Melo (UFRJ)

O Sistema de Seleção Unificada (SISU) pode ser compreendido tanto como política pública e como objeto técnico, e em quinze anos de existência transformou o acesso ao ensino superior público brasileiro. O objetivo principal desse estudo é iniciar uma cartografia da rede sociotécnica estabelecida pelo SISU, evidenciando as cadeias heterogêneas de associações que tornaram o sistema um ponto de passagem obrigatório para o ingresso universitário. A abordagem teórica fundamenta-se na Teoria Ator-Rede, analisando o SISU através do modelo de translação em contraponto ao modelo de difusão. Esta perspectiva permite compreender como atores humanos e não-humanos interagem para estabilizar o sistema tecnológico. Propõe-se, para além de uma revisão bibliográfica sobre o acesso ao ensino superior, fazer uso de uma entrevista semiestruturada com uma jovem aprovada no processo seletivo de 2025. O SISU não permaneceu estático desde sua criação, mas evoluiu através das interações sociotécnicas. A entrevista ilustra como estudantes realizam cálculos estratégicos considerando fatores econômicos, geográficos e sociais, assim como informações disponíveis no SISU, em suas decisões sobre o futuro. O estudo aponta que compreender o acesso ao ensino superior público requer análise contínua das translações entre projeto original e uso real, propondo a realização de pesquisas sobre estratégias estudantis e problemas atuais da política de acesso após quinze anos de implementação.


Internet, redes e resistências: A construção do campo acadêmico sobre ativismo digital no Brasil (2000 a 2024) – Adria Lucilia Medeiros Pereira (UFPA – Universidade Federal do Pará), Carlos Victor Correa Pontes (UFPA – Universidade Federal do Pará)

Este artigo busca o mapeamento do campo da produção acadêmica brasileira sobre o ativismo digital no período de 2000 a 2024. A partir das transformações de repertórios de ação coletiva, transformados pelas tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), novos marcos analíticos surgiram para compreender como os sujeitos políticos têm atuado nos ambientes digitais. O corpus deste estudo é composto por teses, dissertações e artigos disponíveis no Catálogo da CAPES e na base SciELO Brasil, a partir de descritores como “ativismo digital e online”, “net-ativismo” e “ciberativismo”, visando a identificação de diferentes fases no desenvolvimento do campo, associadas tanto a transformações tecnológicas quanto a contextos políticos nacionais. Para isso, a pesquisa visa identificar os conceitos, abordagens, objetos empíricos e redes de autoria presentes nessas produções contribuindo para sua sistematização crítica por meio da análise bibliométrica e qualitativa de conteúdo, contribuindo para a compreensão dos caminhos pelos quais a academia brasileira tem interpretado os ativismos digitais.


O direito à desconexão como um direito da criança – Laura Pinheiro Rufino Rego (UFPA)

Estudos demonstram os impactos negativos do uso excessivo de telas na saúde física e mental das crianças, como distúrbios do sono, sedentarismo e ansiedade. O “Guia para o Uso Saudável de Telas por Crianças e Adolescentes” recomenda uma escala progressiva de exposição, conforme a idade: nenhum uso até os 2 anos e, no máximo, 3 horas diárias até os 17. A pesquisa TIC Kids Online Brasil aponta que mais de 80% das crianças entre 9 e 17 anos têm dispositivo próprio e que o número de crianças que acessam a internet antes dos 6 anos mais que dobrou em menos de uma década. Objetivos: Reconhecer o direito à desconexão como fundamental para o desenvolvimento integral das crianças, assegurando tempo livre e não mediado por telas para o crescimento emocional, social e cognitivo. A proposta também chama atenção para os impactos desiguais do uso excessivo em contextos de vulnerabilidade. Conclusão: O direito à desconexão protege o tempo da infância. O ócio, longe das telas, é essencial à criatividade e à autonomia. Para garanti-lo, é preciso aplicar mecanismos eficazes de verificação de idade, controle parental e ferramentas que limitem automaticamente o tempo de uso, bloqueando o acesso após longos períodos, mesmo sem intervenção adulta. É preservar o espaço de brincar, imaginar e se relacionar. Garantindo os pilares de uma infância saudável.

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